"É a esse antagonismo da caridade e do egoísmo, à invasão dessa lepra do coração humano, que o Cristianismo deve não ter ainda cumprido toda a sua missão". (ESE)
Sem dúvida, o egoísmo resiste, impedindo que o sentimento de caridade - que é a expressão mais legítima do amor - tome posse do coração humano, predispondo-o à vivência do Evangelho.
As diretrizes de que o homem necessita para que o mundo se transforme, com a sua própria transformação, foram-lhe transmitidas há vinte séculos...
Aderisse de vez às palavras de Jesus Cristo, não teria o homem na Terra a necessidade de novas revelações, que o exortassem à edificação do Reino Divino em si mesmo.
O Espiritismo também tem esbarrado na resistência de quantos não lhe absorvem os ensinamentos em plenitude. São muitos os adeptos da Terceira Revelação que não logram, senão parcialmente, vivenciar-lhe os postulados... É o homem-velho que continua a se opor, de maneira sistemática, ao homem renovado do Evangelho.
O egoísmo é milenar inquilino da alma humana; somente e a pouco e pouco deixará o seu antigo habitat, para dar lugar aos sentimentos altruísticos que apenas debilmente nela conseguem se insinuar...
Por isto, o exercício constante da caridade é processo de reeducação espiritual.
Enquanto o homem não transferir para a vida futura os seus interesses, o imediatismo ser-lhe-á quase invencível adversário, conspirando contra a sua paz e felicidade.
Mais que filosofia e ciência, a Humanidade necessita de religião que lhe ocupe os espaços mentais disponíveis.
Sem que a Caridade prevaleça como móvel de todas as ações humanas, a Terra continuará, indefinidamente, na condição de Mundo de Provas e Expiações.
Eis o desejo maior que à Doutrina Espírita está reservado na revivescência da Boa Nova!.
GEON
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