Em mediunidade, a sintonia, que
antecede o transe propriamente
dito, não se improvisa. Para que
o médium estabeleça, sem tantas
dificuldades, contatos com o Mais
Além, é indispensável que se habitue
a pensar com antecedência, ou seja,
criar campo psíquico adequado
para o trabalho dos Espíritos.
Não se trata de tirar a beleza da
espontaneidade do fenômeno - nem
a sua autenticidade; trata-se do prévio
recolhimento mental, indispensável
à sintonia no momento do transe.
Nenhum Espírito chega, digamos,
em cima da hora para mediunizar o
sensitivo; antes desta ou daquela
reunião de caráter mediúnico, a
entidade vem ou é trazida para
formar ambiente - em outras palavras,
fazer sintonia com o medianeiro do
qual se servirá. Daí a necessidade do
recolhimento do médium que, quando
aparecer em cena para o serviço, deve
fazê-lo praticamente já mediunizado.
Os espíritos necessitam de um ponto
inicial para desenvolverem, a partir
dele, o que pretendem no comunicado.
Não há nada de errado, pois, com o
médium que, bem intencionado em
seus propósitos, comparece à reunião
com a ideia central que os espíritos
desenvolverão - isto vale para
espíritos de ordem superior quanto
para os desencarnados infelizes.
Às vezes, antes que se expresse de
maneira ostensiva, através da palavra
ou da escrita, a entidade espiritual
lança uma imagem na cabeça do
médium, imagem que lhe deve ser
um ponto de fixação do pensamento.
Esta imagem pode ser também uma
palavra chave, um sentimento que
se sobrepõe aos demais.
Quanto mais estreito o contato psíquico
do médium com o espírito, maior
facilidade na mediunidade. A dúvida do
medianeiro é empecilho no processo - a
dúvida e o seu excesso de escrúpulos.
O que o médium interpreta por animismo,
no que pensa e sente antes que se consume
o transe, é providência legítima no
exercício da mediunidade.
É claro que o médium, na transmissão
da mensagem, deverá permitir ao espírito
certa flexibilidade, sob pena de truncar o
seu pensamento; estamos nos referindo
à flexibilidade de raciocínios...
O transe mediúnico em si pode ser
comparado a uma gestação: o médium
concebe a ideia, a ideia que que lhe foi
transmitida pelo espírito se desenvolve,
acalentada no cérebro do medianeiro, e,
finalmente, se exterioriza, vindo à luz
em forma de palavra ou de atitude...
Vejamos como, de fato, o médium é
co-participante do fenômeno. É evidente
que a Espiritualidade Superior, quando
necessário, possui recursos para induzir
o médium ao estado de transe que se faz
indispensável no momento, improvisando
em circunstâncias adversas ou inesperadas.
Mas, para que seja mais produtivo, o
transe há de obedecer a certos critérios de
preparação que, temos certeza, extrapolam
o nível de compreensão da maioria.
A obsessão, quando chega a se consumar,
foi um plano colocado em execução ao longo
de um tempo mais ou menos longo.
A rigor, ninguém de bom senso age de
maneira irrefletida. Até na prática da caridade,
o desejo do bem se antecipa à ação.
Que o médium, pois, se habitue a estabelecer
prévia sintonia com os desencarnados, sem
que se interprete semelhante providência
por um atentado à originalidade do fenômeno,
que, quando genuíno, se evidencia de forma
inconteste aos olhos do próprio medianeiro.
Do livro: Conversando com os Médiuns
Pelo Espírito de: Odilon Fernandes
Psicografado por; Carlos A. Baccelli
sábado, 4 de abril de 2009
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Um comentário:
Essas orientações de Odilon Fernandes sobre mediunidade são excelentes.
Estou me tornando leitora assídua desse blog.
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